sexta-feira, setembro 30, 2011

O povo vai deixar de gostar de ser enganado

A declaração do Ministro Vítor Gaspar vem novamente demonstrar a incompetência ou negligência do Governo Regional da Madeira, em particular o Presidente do Governo, desde há muito reconhecido governante sem qualquer preocupação em prestar contas, e do Secretário Regional do Plano e Finanças. Está mais que visto que nunca assumirão qualquer responsabilidade pela situação de descalabro financeiro que terá, indiscutivelmente, efeitos práticos na vida das famílias e das empresas madeirenses que tanto têm lutado pela sua terra, sem qualquer demonstração de reconhecimento ou respeito. Ouvir, em declarações prestadas à RTP Madeira, o Secretário do Plano e Finanças falar em jogos de índole política partidária, para justificar a diferença no apuramento dessa dívida é um verdadeiro alerta que deve ser sentido pelo madeirense que não pode, em consciência, esperar pela intervenção do Espírito Santo para resolver a maior crise da Autonomia da Madeira.

domingo, setembro 18, 2011

A traição terá resposta

Não nos ocorrem palavras para a situação que vejo ocorrer na Madeira. E é bom suportar o sofrimento ao pronunciar uma das palavras mais dolorosas do momento, e não, caro leitor, não é a palavra buraco, é sim, futuro.
O futuro da Madeira está incerto e com poucos sinais de vida. Em contraciclo, nota-se o empenho do Presidente do Governo Regional em salvar o seu, ainda que para tal caia no ridículo, na contradição e na desonestidade. Mas o futuro das pessoas normais, aquelas que têm famílias e trabalho, e ainda aquelas que têm famílias e não têm trabalho, enfim, aquelas que sabem, afinal, que não podem gastar mais que aquilo que ganham, e que têm aceite que lhes cortem os rendimentos a troco de ajudar à resolução de um problema nacional, esperemos nós, que suportem a dor de uma traição cuja resposta só pode ser a de mandar o homem para um sítio.

E quanto ao futuro?

Onde estão as ideias, os projectos e as soluções para a situação presente e futura por parte do PGR? Os périplos do líder do PSD/Madeira, está visto, servem apenas para recolher méritos do passado, mas é preciso que se diga basta: as eleições são uma escolha para o futuro, e não a visita ao passado de há 30 anos. Apesar do entusiasmo que uma visita ao álbum de memórias causa, é preciso que se diga que águas passadas não movem moinhos, e que as riquezas que alimentaram algumas bocas privilegiadas estão fora da conjuntura actual.

Negar-se à reflexão sobre a situação actual é incentivar à abstenção de uma população que sente que o PGR é o principal responsável pela crise da dívida pública da Madeira, a qual foi criada de forma irresponsável, pois atingirá não só esta, como a próxima geração.

Como poderão votar os pais dos filhos que já nascem hipotecados? Como poderão votar no PGR que finge-se alheado dessa responsabilidade? Como poderão votar no homem que chama para si todo o mérito da evolução decorrida na Madeira, nunca mencionando o esforço dos contribuintes madeirenses, nem agradecendo os fundos comunitários e nacionais que caíram na Região como em nenhum outro período da História?

terça-feira, setembro 06, 2011

Humor madeirense

Caso o prezado internauta se queira deliciar, nada melhor que consultar o Jornal da Madeira de 06/09/2011. Não...não há artigos do ministro da informação do Iraque. Mas, como não ficar estarrecido com o humor do Presidente do Governo Regional que desta vez ataca os boys, como se na Madeira não se soubesse da densidade populacional de boys por metro quadrado?

O caro internauta que não fique admirado se se disser que a densidade populacional de boys por metro quadrado, dá à Madeira larguíssima vantagem sobre o Continente.

Mas ler da mão do Presidente do Governo Regional a definição de boy é de morte! É digno de uma comédia negra da qual os madeirenses infelizmente figuram. E o que dizer das indecisões o Presidente do Governo Regional. Tanto parece criticar, como de repente já parece ser um confesso admirador da artimanha. Afinal, no seu dizer, todos os partidos o praticam, mas não se percebe se todos os partidos, inclui também os tristes que nunca estiveram no Governo Regional.

Mas o humor mordaz do Presidente do Governo Regional não se fica por aqui. Ao contrário do que possa pensar, é dito directamente que há uma honrosa excepção na política de boys, e não é que do próprio Primeiro-Ministro se trata?

"Muitíssimo bem, o Primeiro-Ministro, ante das eleições, mostrou ao País a sua vontade de pôr termo a esta prática tristemente corrente na vida pública portuguesa."

Se a demonstração de vontade se faz pela palavra, estamos falados, pois a acção foi outra.

O Governo de Pedro Passos Coelho vem portanto lançar uma verdadeira pedrada no charco dominado pelos socialistas, a quem nota-se uma pontinha de inveja por parte do Presidente do Governo Regional:

"E em que, tendo todos os Partidos culpas no cartório, o campeoníssimo deste mau hábito foi sempre o Partido Socialista, ao qual temos de reconhecer que “não brinca em serviço” quando se trata de assaltar, dominar e ocupar a comunicação social, bem como de assaltar e ocupar o aparelho de Estado."

Ora bem, aqui confessamos a mestria do Presidente do Governo Regional. Mesmo não sendo do PS, colocou as peças no tabuleiro. Desafia-se alguém que vasculhe todos os cargos públicos, inclusive o de chefe dos bombeiros, presidente da casa do povo, presidente do clube desportivo, director da banda de música e encontre alguém que não seja da esfera laranja.



O santo



Para quem não conhece, a fotografia é de Ventura Garcês, o Secretário Regional do Plano e Finanças que ficará na história da Madeira por ser o responsável pelo buraco de 500 milhões de Euros das contas públicas da Região. Para que conste, confirma-se que o título do Jornal da Madeira “Não há buraco” está feito à medida do leitor de títulos de jornal e não para quem lê e percebe a notícia no seu todo. É que apesar de não parecer, o corpo da notícia apenas dá conta dos pormenores que causou o buraco. Prova de que afinal, o Jornal da Madeira até poderia merecer o epíteto de jornal católico. Mas visto que o pecador nem sabendo do alcance dos seus pecados, e teimando em não se dar por arrependido, nem havendo notícias de penitência conclui-se da isenção e rigor da linha editorial.

quinta-feira, setembro 01, 2011

A pólvora seca

Se alguém disser que não houve explicações para o buraco da Madeira, mente com quantos dentes tem! Já as houve e não fica atrás de outras que temos ouvido de vários respeitáveis governos: o da Síria, o da Líbia, e também do Iraque.

Se já era de prever que José Sócrates fosse um dos principais culpados da crise da dívida da Madeira, não era descabido imaginar que o rol de culpas apanhasse a Maçonaria! Inesperada e espantosa é porém a descoberta do Presidente do Governo Regional: uma terrível aliança entre a Internacional Socialista e a Troika, algo que nem Dan Brown ousaria dizer em voz alta!

Sejamos sérios!!! Alguém que ponha o homem no seu lugar!!! A oposição instituída da Madeira tem perdido sucessivas oportunidades de aproveitar um momento em que o Presidente do Governo Regional tem disparado pólvora seca…um raro momento.

Dica: lembram-se da sede de justiça ainda há meses manifestada: Teixeira dos Santos e José Sócrates deveriam ser julgados em Tribunal por terem arruinado o país. Alguém alinha em colocar em Tribunal o Secretário Regional das Finanças e o Presidente do Governo Regional?

Também é pólvora seca, mas sempre fica no ar...

Vejam a máscara!

Quando ninguém esperava, eis que caiu a máscara: a do rigor e austeridade do Secretário Regional do Plano e Finanças…e até a máscara da habilidade política do próprio Presidente do Governo Regional foi ao chão! É caso para se dizer o rei vai nu! O motivo é já conhecido, e até os madeirenses pareceram despertar da anestesia. Deixou de ser o boato, a falinha mansa da oposição ou a intriga interna. Foi a própria Comissão Europeia que destapou o véu e descobriu um calote de 500 Milhões de Euros nas contas públicas da Madeira.

Para sermos honestos, não foi nada de novo... Tal como a peneira tapa o Sol, tentaram-se manobras, uma das quais também seguida no continente: a da afectação do ISP à agora visada Estradas da Madeira. Outras manobras de engenharia financeira foram seguidas, mas de há uns tempos a esta parte começaram a haver lamentos...mas isto com sorte, com sorte passa até às eleições. Mais que contribuintes, eles são eleitores!

Isto talvez funcione: não há cultura de prestação de contas; o povo está interessado em ter estradas para circular e não em saber da situação financeira da RAMEDM. Uma nova estrada faz sempre furor. E quanto ao cobrimento das despesas, logo se vê.

Vão às malvas os princípios da boa gestão. Sobejam irresponsabilidade, conivência e incompetência. Transparência? Para quê?

A despreocupação dos altos cargos políticos regionais cedeu por fim, a um sentimento não de preocupação alheia, própria da gestão pública, mas da manutenção de uma fachada... uma fachada que devolva a imagem real da segunda região mais rica do país, em PIB per capita.

Seguindo o caminho de Sócrates

Quando ninguém esperava, eis que a Madeira, ou melhor, o Governo Regional da Madeira acaba por ser manchete pelas razões que já se adivinhava. Mas as medidas do Memorando continuaram a ser seguidas... e eis que desgraçadamente as atenções viraram para aquilo que deveria ser uma das informações básicas prestadas por uma administração pública: o valor da sua dívida pública. O calculismo, a falta de cultura democrática e o desrespeito para com os contribuintes madeirenses adiaram este dia, um dos mais negros da História da Madeira, pois agora sim, sabe-se que afinal ela existe, conta e alguém se importa com isso.

E só assim, repetimos, só assim é que houve a dignidade de pedir ajuda à República, um gesto certamente atormentado pela memória de tantas ofensivas boçais contra Lisboa. Não discutamos se merecidas ou não, mas alguém conhece um negociador que enxovalhe com descaramento e má educação a outra parte?

Sim, há um nome: Alberto João Jardim, um homem cego pelo seu ódio que nem viu o prato que vai comer.



Desmontagem

Alberto João Jardim é de facto um “animal” político que a minha pessoa só encontra par em Mário Soares. Tão depressa tece consistentes considerandos político-institucionais como aparece na mais singela localidade rodeada pelo povo.

Mas há, como em tudo e em todos, pontos fracos os quais devem ser aproveitados caso os seus adversários o queiram atingir no seu terreno de batalha favorito: a ida às urnas.

Para começar, dizer que de facto não é verdade que a comunicação social possua interesses de esquerda. Há maior envolvimento de figuras de direita que de certo modo prepararam o terreno para a ascensão de Pedro Passos Coelho: TVI, Público, Independente, Sol, já para não falar no império desse homem que de esquerda não tem nada, isto é, é de direita: Francisco Pinto Balsemão, um dos fundadores do PSD.

Sobre a questão da injustiça do garrote financeiro que recai sobre a Madeira, para ser justo, é preciso frisar que em Lisboa há muitas famílias que se queixam, justamente, dos mesmos efeitos provocados pelo garrote. Ainda mais haverá, em terras do Minho, Trás-os-Montes, aqueles que se queixam da crise. Ora, se a queixa é porventura das mais simples atitudes que um ser humano pode tomar, então é simplório, ainda mais simplório quando é de um governante que se trata, de se queixar, sem que para mais, se perceba se esses queixumes nos levam a algum lado. Presumo que poderá levar pessoas às urnas, solidários pela dor demonstrada, mas pouco de prático produzirá.

Desmontar a falácia que é falar contra tudo e todos, pois uma coisa é falar diante de um boi de barriga cheia, outra é berrar para um toiro raivoso prestes a se nos investir. Os berros feitos na Madeira, acreditem, nem chegam a se ouvir na Ponta de São Lourenço. E que tal pensar se ao invés de falar contra tudo e contra todos, se tomasse uma atitude rara de procura de consenso, de diálogo que se urdido com sabedoria possa levar a resultados concretos.

Por fim, o que dizer das ofensas. Ofender é um acto que fica muito mal para quem o pratica. Como madeirense, fico muito triste e incomodado por ver que há pessoas que confundem raciocínios com sentenças ofensivas. Sobretudo porque não vejo, contra a Madeira, quem profira palavras insultuosas. Claro está, para quem ainda tenha dúvidas, que se alguém falar mal do primeiro-ministro está a falar mal do nosso país? Ridículo então pensar que quem critique o Presidente do Governo Regional esteja a falar mal da Madeira.

Neste espaço, afirmo: falo por mim. Todos têm uma voz, voz essa que certamente escusa que outros outorguem o seu direito de se pronunciar, decidir e agir.

A autonomia não foi uma conquista da Madeira. Para falar a verdade foi uma decisão que decorreu da Revolução do 25 de Abril, a tal que permitiu a criação das Regiões Autónomas, acabando-se com um ciclo de menosprezo para com os madeirenses promovido pela ditadura que incompreensivelmente alguns ainda elogiam, mas que ninguém, absolutamente ninguém, inveja.

O poder do Chão da Lagoa

Fico estarrecido com o dito incómodo provocado em Lisboa pela grande festa popular do Chão da Lagoa! Perguntei a um senhor residente em Á-dos-Cunhados o que se lhe oferecia dizer sobre tamanha festa, mas a resposta do ente, convincente pela vertigem de tamanha festa, por certo com abundância de iguarias, impediu-me a detecção, ainda que rebuscada, de qualquer incómodo ou inquietação. O que dizer então da massa anónima que se desloca resignada para os seus trabalhos, nas longas esperas das paragens, nas galerias vivas do metropolitano, no charme dos eléctricos…incomodados, por certo, por muita coisa, mas definitivamente pela festa do Chão da Lagoa e pelos discursos inflamados dos seus animadores é que não.

Na verdade, cá por baixo reina uma calmaria muito estranha…

Memorando II

Chegou a hora de nos focarmos no Memorando da Troika, um documento que já ganhou uma aura mítica, mas que importa efectivamente desmistificar, pois nele estão baseadas muitas medidas com implicação directa na nossa vida, quer queiramos, quer não.

O objectivo primordial de ordem económica-financeira é reduzir para 3% o défice público em 2013, com objectivos intermédios para o mesmo indicador de 5,9% e 4.5% nos anos de 2011 e 2012, respectivamente.

Se não há grandes dúvidas sobre necessidade real do cumprimento do objectivo, a forma como tudo decorrerá é aquilo que gera dúvidas e angústia, mas optimismo também.

Há diferentes perspectivas de avaliação do que está previsto. Contraditórias? Também as há: o contribuinte zeloso que se congratula com o fim do fechar os olhos à manutenção dos serviços públicos despesistas e sem princípios de gestão pública responsável, ao mesmo tempo que espera dos mesmos serviços públicos mais eficácia e qualidade (será realista haver mais eficácia com redução de meios financeiros, pergunta-se?)

Espera-se que a cura não mate o doente, e há razões para pensar que tal não venha a suceder, tal o rigor e minúcia da monitorização dos indicadores que visam, sem dúvida, a correcção a quaisquer desvios e teimas, que sem dúvida surgirão.

Mas há várias razões para pensar que a cura causará baixas. Desde logo, os valores de inflação previstos, na ordem dos 3%, a par da subida da taxa de juro do BCE fazem antever perdas reais de rendimento e na ordem dos 5%!

http://economico.sapo.pt/noticias/rendimento-dos-portugueses-tera-contraccao-sem-precedentes_118555.html

E fiquemos com as dúvidas: quais os critérios de uso eficaz de fundos públicos que determinam a continuação de um serviço público ou a sua morte? Como mudar a cultura instituída das capelinhas? Será que o país, como que num passe de mágica, passará a usar da cooperação institucional, entre-ajuda, comunhão de objectivos, prossecução do interesse público?

Fixem a palavra "Memorando"

De uma forma revanchista, o país pronunciou-se por uma mudança de governo. O que preocupa, é que não parece haver muitas formas de dar mérito ao PSD. Mas não indo pela mesquinhez, é com alguma expectativa que verei a reacção de um país avesso à tomada de risco e com uma ideia paternal daquilo que um governo deve ser. Talvez Pedro Passos Coelho venha a ser o precursor de uma nova mentalidade que transponha verdadeiramente para a cultura popular “não perguntes o que o teu país pode fazer por ti mas o que podes fazer tu pelo teu país”.

E, caros leitores, não duvidem que seremos chamados a fazer…e muito!...

Bis! Bis!

Cavaco Silva, o nosso insuspeito presidente, conseguiu ser reeleito. Acredito que mais por força da aversão ao risco por parte da generalidade da população portuguesa, do que por reconhecimento de qualidades. Sem comentar, sem nada dizer, sem inspirar, Cavaco Silva construiu uma auréola de intocável, mostrando-se o próprio indignado com qualquer tipo de esclarecimento que se procurasse fazer relativamente às ligações por ele mantidas com o BPN.
Uma vez mais convém recordar que não é por estarmos a agir dentro da lei, muitas vezes imperfeita e insuficiente na blindagem de comportamentos desviantes, que agimos de forma correcta, justa e imparcial. Houve benefícios directos, concretos e comprovados de um favorecimento tido a favor de Cavaco Silva. A troco de quê? Honestamente, ninguém poderá dizê-lo. Os que desconhecem votam nos que ocultam.
mencionemos aqui outro factor de decadência: a suspeita manteve-se viva durante os dias de campanha, numa clara tentativa de diminuir o insuspeito candidato. Meses se passaram, e nem mais uma palavra foi referida nos principais órgãos de comunicação. Afinal haveria fumo sem fogo?

A montagem da desmontagem

Há um mérito indiscutível na força do PSD Madeira. A força da sua propaganda. As ideias são apresentadas de forma acutilante e têm uma força tal que nem vale a pena engendrar qualquer tipo de raciocínio…do género e se? Todos os esforços em estabelecer um raciocínio, uma lógica, uma ideia são desprovidos de sentido, pois basta um chavão ou outro, uma repetição ou tantas quantas aquelas que forem necessárias até que acabam por cair no esquecimento pois o prazo de validade findou e outros chavões e outras repetições terão que surgir.

O jornal de periodicidade quinzenal Madeira Livre é um caso interessante, pois os tais chavões opinativos, perdão, declarativos são apresentados com a mesma naturalidade com que se noticiam inaugurações de estradas ou de investimentos privados. Mérito ainda para a inclusão de notícias de interesse ao cidadão comum, mesmo que apartidário, que nem no Jornal da Madeira ganha um cantinho mais que merecido.

Dessa forma, o leitor é brindado com uma ideia na qual já se revê, e antes mesmo que tenha oportunidade para a digerir é brindado com uma declaração na rádio ou uma conversa de ocasião na rua.

Regressando à análise de conteúdo, é deveras impressionante que ainda antes de alguém, como nós, aponte ao dedo às falácias que constam, indubitavelmente do discurso de cariz político, o título de capa do Madeira Livre da primeira quinzena de Abril seja “Desmontando Mentiras da Oposição – II”.

Acredito que os aplausos só por esta iniciativa sejam mais que muitos. No meu caso, reconheço o brilhantismo do título. Tal como é brilhante o título do artigo do emérito director do Madeira Livre, Jaime Ramos: Palhaçada! Pode até não ser original ou digno de uma qualquer taberna, mas antes que alguém mude a direcção do indicador, o melhor é mesmo apontar o dedo e já!

Ficamos tranquilos que Pedro Passos Coelho seja o homem que Madeira precisa que Lisboa tenha, mas não dá para acreditar “que os prejuízos que os socialistas fizeram aos madeirenses” venham a ser compensados por este homem que ainda há dias veio recordar a necessidade de prestação de contas por parte da Região.

Ficamos irrequietos perante a obsessão raivosa que Jaime Ramos nutre por todas as opiniões que são proferidas no sadio regime democrático vivido na Madeira, ignorando o próprio que até poderá ser um veículo para os apoiantes das suas ideias se exprimirem. Ficamos irrequietos com a associação abusiva do nome da Madeira ao PSD. É brilhante, mas convém que se diga que o sal é uma coisa e o arroz é outra. O sal serve para temperar o arroz, mas se aplicado em excesso, o arroz fica salgado. Tememos pois que no PSD Madeira o paladar esteja gasto. À atenção dos futuros cozinheiros, pois ainda há muito arroz por temperar.

É brilhante que o colérico Jaime Ramos aponte o dedo a “quem fez crescer o ódio, a inveja e aumentando o ataque feroz”. Quem não o conheça, que o compre, ai o simpático!

É brilhante e genial que se diga “que a grave crise social e económica que os socialistas criaram à Madeira e à República” tem sido combatida estoicamente por toda a classe política do PSD Madeira. Mas corrijam-me se não estou errado. Alguma vez os socialistas mandaram na Madeira? Se não mandaram, como conseguiram que a sua acção perniciosa avançasse perante tanto autarca, tanto deputado e tanto governante laranja?

É brilhante que se diga que os Açores recebem mais que a Madeira! Eu fico feliz por isso! É sinal que a Madeira desenvolveu-se e agora, como gesto solidário, está na hora de dar essa benesse a quem está mais atrasado. A

É brilhante que se aponte a Lisboa a realização de propaganda do regime como o fazia Salazar e Saddam!

Brilhante.