Alberto João Jardim é de facto um “animal” político que a minha pessoa só encontra par em Mário Soares. Tão depressa tece consistentes considerandos político-institucionais como aparece na mais singela localidade rodeada pelo povo.
Mas há, como em tudo e em todos, pontos fracos os quais devem ser aproveitados caso os seus adversários o queiram atingir no seu terreno de batalha favorito: a ida às urnas.
Para começar, dizer que de facto não é verdade que a comunicação social possua interesses de esquerda. Há maior envolvimento de figuras de direita que de certo modo prepararam o terreno para a ascensão de Pedro Passos Coelho: TVI, Público, Independente, Sol, já para não falar no império desse homem que de esquerda não tem nada, isto é, é de direita: Francisco Pinto Balsemão, um dos fundadores do PSD.
Sobre a questão da injustiça do garrote financeiro que recai sobre a Madeira, para ser justo, é preciso frisar que em Lisboa há muitas famílias que se queixam, justamente, dos mesmos efeitos provocados pelo garrote. Ainda mais haverá, em terras do Minho, Trás-os-Montes, aqueles que se queixam da crise. Ora, se a queixa é porventura das mais simples atitudes que um ser humano pode tomar, então é simplório, ainda mais simplório quando é de um governante que se trata, de se queixar, sem que para mais, se perceba se esses queixumes nos levam a algum lado. Presumo que poderá levar pessoas às urnas, solidários pela dor demonstrada, mas pouco de prático produzirá.
Desmontar a falácia que é falar contra tudo e todos, pois uma coisa é falar diante de um boi de barriga cheia, outra é berrar para um toiro raivoso prestes a se nos investir. Os berros feitos na Madeira, acreditem, nem chegam a se ouvir na Ponta de São Lourenço. E que tal pensar se ao invés de falar contra tudo e contra todos, se tomasse uma atitude rara de procura de consenso, de diálogo que se urdido com sabedoria possa levar a resultados concretos.
Neste espaço, afirmo: falo por mim. Todos têm uma voz, voz essa que certamente escusa que outros outorguem o seu direito de se pronunciar, decidir e agir.
A autonomia não foi uma conquista da Madeira. Para falar a verdade foi uma decisão que decorreu da Revolução do 25 de Abril, a tal que permitiu a criação das Regiões Autónomas, acabando-se com um ciclo de menosprezo para com os madeirenses promovido pela ditadura que incompreensivelmente alguns ainda elogiam, mas que ninguém, absolutamente ninguém, inveja.
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