Há um mérito indiscutível na força do PSD Madeira. A força da sua propaganda. As ideias são apresentadas de forma acutilante e têm uma força tal que nem vale a pena engendrar qualquer tipo de raciocínio…do género e se? Todos os esforços em estabelecer um raciocínio, uma lógica, uma ideia são desprovidos de sentido, pois basta um chavão ou outro, uma repetição ou tantas quantas aquelas que forem necessárias até que acabam por cair no esquecimento pois o prazo de validade findou e outros chavões e outras repetições terão que surgir.
O jornal de periodicidade quinzenal Madeira Livre é um caso interessante, pois os tais chavões opinativos, perdão, declarativos são apresentados com a mesma naturalidade com que se noticiam inaugurações de estradas ou de investimentos privados. Mérito ainda para a inclusão de notícias de interesse ao cidadão comum, mesmo que apartidário, que nem no Jornal da Madeira ganha um cantinho mais que merecido.
Dessa forma, o leitor é brindado com uma ideia na qual já se revê, e antes mesmo que tenha oportunidade para a digerir é brindado com uma declaração na rádio ou uma conversa de ocasião na rua.
Regressando à análise de conteúdo, é deveras impressionante que ainda antes de alguém, como nós, aponte ao dedo às falácias que constam, indubitavelmente do discurso de cariz político, o título de capa do Madeira Livre da primeira quinzena de Abril seja “Desmontando Mentiras da Oposição – II”.
Acredito que os aplausos só por esta iniciativa sejam mais que muitos. No meu caso, reconheço o brilhantismo do título. Tal como é brilhante o título do artigo do emérito director do Madeira Livre, Jaime Ramos: Palhaçada! Pode até não ser original ou digno de uma qualquer taberna, mas antes que alguém mude a direcção do indicador, o melhor é mesmo apontar o dedo e já!
Ficamos tranquilos que Pedro Passos Coelho seja o homem que Madeira precisa que Lisboa tenha, mas não dá para acreditar “que os prejuízos que os socialistas fizeram aos madeirenses” venham a ser compensados por este homem que ainda há dias veio recordar a necessidade de prestação de contas por parte da Região.
Ficamos irrequietos perante a obsessão raivosa que Jaime Ramos nutre por todas as opiniões que são proferidas no sadio regime democrático vivido na Madeira, ignorando o próprio que até poderá ser um veículo para os apoiantes das suas ideias se exprimirem. Ficamos irrequietos com a associação abusiva do nome da Madeira ao PSD. É brilhante, mas convém que se diga que o sal é uma coisa e o arroz é outra. O sal serve para temperar o arroz, mas se aplicado em excesso, o arroz fica salgado. Tememos pois que no PSD Madeira o paladar esteja gasto. À atenção dos futuros cozinheiros, pois ainda há muito arroz por temperar.
É brilhante que o colérico Jaime Ramos aponte o dedo a “quem fez crescer o ódio, a inveja e aumentando o ataque feroz”. Quem não o conheça, que o compre, ai o simpático!
É brilhante e genial que se diga “que a grave crise social e económica que os socialistas criaram à Madeira e à República” tem sido combatida estoicamente por toda a classe política do PSD Madeira. Mas corrijam-me se não estou errado. Alguma vez os socialistas mandaram na Madeira? Se não mandaram, como conseguiram que a sua acção perniciosa avançasse perante tanto autarca, tanto deputado e tanto governante laranja?
É brilhante que se diga que os Açores recebem mais que a Madeira! Eu fico feliz por isso! É sinal que a Madeira desenvolveu-se e agora, como gesto solidário, está na hora de dar essa benesse a quem está mais atrasado. A
É brilhante que se aponte a Lisboa a realização de propaganda do regime como o fazia Salazar e Saddam!
Brilhante.
Sem comentários:
Enviar um comentário